Morte e Vida
Coincidência ou não, exatamente uma ano depois de meu último texto eu me encontro novamente perdido entre meus pensamentos, incalto e sem sono. Nesta semana voltei a flertar com minha velha amiga a Morte. Uma amigo perdeu uma pessoa próxima e fui ao cemitério compartilhar de sua tristeza e pranto. O momento que vivemos nós impede de vivenciar o luto como estamos acostumados, observar o rosto sereno da pessoa amada, poder tocar sua fronte e assim o ritual se torna mais frio e triste, sem o precioso tempo para dizer adeus. No caminho de ida e volta eu notei diversos jazidos, uns bem suntuosos outros bem mais humildes e um único pensamento se sobressaiu entre o turbilhão de emoções e questões. É nossa última e desesperada tentativa de sermos lembrados após a morte. Fotos, flores belos jazidos com nomes gravados em cores douradas, letras grandes, nomes de família, todas vaidades materiais se uma tentativa pífia de esquecer, ainda que momentânea, uma única e eterna verdade. Cronos a tudo v